A Satisfação Sexual Nas Relações de Compromisso
Um dos mais consistentes resultados encontrados na investigação científica, é o facto de existir uma relação positiva entre a satisfação sexual e a satisfação com a relação em geral, e isso foi observado em casais heterossexuais, gays e lésbicas.
Estudos longitudinais sobre o casamento têm demonstrado que os casais que estão sexualmente satisfeitos, têm uma maior probabilidade de se sentirem felizes nos seus casamentos, sendo também capazes de reportar uma menor instabilidade conjugal.
Da mesma forma, a satisfação sexual parece estar mais fortemente relacionada com a satisfação com a relação em geral, para os homens, comparativamente, às mulheres. As mulheres, mais do que os homens têm uma maior tendência para enquadrar uma eventual vida sexual pouco satisfatória, como sendo uma parte separada do relacionamento do casal.
Os homens têm uma maior propensão para sentir que uma má vida sexual contamina toda a relação, em geral. Esta diferença de género é verdadeira em casais que coabitam e que estão casados, e também aparece referida em casais de lésbicas e gays quando questionad@s sobre a importância de uma boa vida sexual.
Um estudo realizado em 1994 pela NHSLS permitiu constatar que uma larga maioria (88%) de indivíduos casados reconheceram sentir-se extremamente ou muito satisfeitos com a sua relação física, afirmando também que nutrem sentimentos de amor e de proximidade afetiva, depois de se envolverem em comportamentos sexuais. As pessoas casadas, especialmente aquelas que eram monogâmicas, relataram as maiores taxas de satisfação sexual, enquanto os casais que coabitavam ou namoravam, relataram níveis relativamente mais baixos de satisfação.
Independentemente da idade, a maior parte dos indivíduos referiu que gostavam de ter sexo com os seus parceiros. No entanto, comparando o nível de prazer sexual entre pessoas casadas e pessoas não casadas, as mulheres com mais de 40 anos referiram menos prazer físico, quando comparadas às mulheres mais novas. Este resultado pode permitir um número alargado de interpretações. Por exemplo a perimenopausa e a menopausa podem estar a começar, ou estar já totalmente instaladas nas mulheres mais velhas, envolvendo por isso, flutuações hormonais e alterações sexuais incluindo o aumento da temperatura, maiores dificuldades em adormecer e a falta de uma lubrificação vaginal adequada.
Os maridos podem também não estar sintonizados para esta gama de alterações, bem como das necessidades das suas mulheres, e podem não saber estar, de modo a ajudar a que o sexo seja mais satisfatório para elas.
O foco na juventude muito marcado na nossa cultura, pode também levar a considerar as mulheres mais velhas, como menos sexualmente desejáveis e com menos desejo, fazendo com que estas mulheres mais velhas possam absorver estas categorizações culturais e sentirem-se mais desadequadas ou pouco atrativas. Os parceiros masculinos podem também ter os seus próprios constrangimentos, como sejam a disfunção erétil e menos vontade para iniciarem as relações sexuais ou não terem de todo essa vontade.
Ter menos relações sexuais, ou ter relações sexuais com um pénis que já não está muito duro, pode afetar igualmente, a satisfação feminina.
O estudo da NHSLS constatou que a idade estava também muito relacionada com a satisfação sexual dos homens.
Homens mais jovens têm uma maior tendência, comparativamente aos homens com mais de 40 anos, a relatar níveis mais altos de prazer sexual.
Mais uma vez vários fatores podem influenciar esta diferença na idade, no que diz respeito à satisfação sexual.
Por exemplo, homens com mais de 40 anos têm geralmente, maiores dificuldades, por terem episódios mais continuados de disfunção erétil, tal como sejam os problemas da próstata que se tornam mais comuns com o avançar da idade.
Ainda acerca da Saúde, esta tem uma maior probabilidade de estar comprometida à medida que os homens envelhecem e podem surgir várias condições que podem afetar o seu desempenho e também com isso, alterar naturalmente, a satisfação sexual.
Assim sendo, problemas no relacionamento têm uma maior probabilidade de surgir com o passar do tempo e determinados comportamentos habituais podem tornar o sexo menos gratificante
Num estudo sobre casais americanos (American Couples: Money, Work and Sex), foi possível observar uma perda generalizada de satisfação, à medida que as relações envelheciam, ou se estendiam no tempo.
E um estudo australiano constatou que os níveis mais altos de satisfação sexual nas mulheres, decaíram mais que nos homens, após cinco anos de convivência.
O tipo de relacionamento em que uma pessoa está, tem de ser considerado quando é avaliada a satisfação sexual.
Num estudo australiano realizado com mais de 19000 casais, a satisfação sexual foi avaliada em três tipos de relacionamento: heterossexual, homossexual e bissexual. A maior parte dos homens (90%), e das mulheres (79%), nos relacionamentos heterossexuais, descreveram o sexo como extremamente satisfatório. Da mesma forma, 88% destes homens e 79% destas mulheres, descreveram também a sua vida sexual como emocionalmente satisfatória.
As mulheres em relacionamentos heterossexuais mas que se identificaram como bissexuais, apresentaram resultados semelhantes às mulheres identificadas como heterossexuais e que afirmavam que o sexo nos seus relacionamentos era fisicamente satisfatório mas que os mesmos níveis de satisfação já não aconteciam, em termos emocionais.
A maior parte dos homens em relações homossexuais descreviam o sexo como fisicamente e emocionalmente satisfatório. Comparativamente, as mulheres lésbicas reportavam significativamente, níveis mais altos físicos e emocionais, que as mulheres heterossexuais.