A Utilização do Questionário de Piers-Harris na Avaliação do Auto Conceito em Crianças e Jovens

O questionário de Piers-Harris é uma ferramenta de avaliação psicológica utilizada para medir o autoconceito em crianças e jovens. Ele é amplamente utilizado por psicólogos, educadores e profissionais de saúde mental, pois é um questionário padronizado, com escalas validadas, que permite avaliar de forma objetiva e confiável o autoconceito dos indivíduos.
O questionário de Piers-Harris é composto por 80 itens que avaliam o autoconceito em sete áreas específicas, incluindo comportamento, intelectual e escolar, aparência física, atitude em relação a si mesmo, popularidade, felicidade e satisfação com a vida. Cada item é pontuado em uma escala de 4 pontos, variando de “nunca verdadeiro” a “sempre verdadeiro”, e as pontuações são somadas para fornecer uma pontuação total em cada área específica.
A utilização do questionário de Piers-Harris na avaliação do autoconceito em crianças e jovens permite que os profissionais possam avaliar de forma precisa e sistemática a imagem que esses indivíduos têm de si mesmos, identificar áreas de força e fraqueza no autoconceito e orientar intervenções psicológicas e educacionais adequadas para cada caso.
No entanto, é importante destacar que a avaliação do autoconceito deve ser realizada por profissionais devidamente treinados e capacitados para lidar com questões psicológicas e emocionais em crianças e jovens. Além disso, a avaliação deve ser feita em conjunto com outras formas de avaliação, como entrevistas clínicas e observação comportamental, para garantir uma avaliação completa e precisa do autoconceito.
A relação entre o autoconceito em crianças e jovens e o sucesso escolar é amplamente estudada e discutida na literatura científica. Vários estudos têm mostrado que o autoconceito é um importante preditor do desempenho académico em crianças e jovens.
Por exemplo, um estudo realizado por Marsh e seus colegas (1991) com 252 crianças em idade escolar, mostrou que o autoconceito em matemática e leitura estava significativamente relacionado com o desempenho académico em ambas as áreas. Outro estudo realizado por Byrne e Shavelson (1986) com mais de 2.000 adolescentes, mostrou que o autoconceito académico estava fortemente relacionado com o desempenho escolar, tanto em termos de notas quanto em testes padronizados.
Além disso, vários estudos também mostraram que o autoconceito pode influenciar a motivação e o engajamento dos alunos na escola. Por exemplo, um estudo realizado por Wentzel e Wigfield (1998) com 359 alunos do ensino secundário, mostrou que o autoconceito académico estava positivamente relacionado com a motivação intrínseca, que por sua vez estava relacionada com a realização académica.
Em resumo, a literatura científica sugere que o autoconceito em crianças e jovens é um importante preditor do desempenho académico e pode influenciar a motivação e o envolvimento dos alunos na Escola. Portanto, é importante que educadores e profissionais de saúde mental considerem o autoconceito na orientação e intervenção com crianças e jovens para promover um desenvolvimento saudável e sucesso escolar.